Olimpíadas, um sonho brasileiro
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Durante muito tempo os atletas brasileiros, o povo brasileiro como um todo, ansiava pela oportunidade de demonstrar sua capacidade e talento ao mundo. Muitos anos tiveram que aguardar para que tal capacidade pudesse ser percebida, a ponto de obter o devido respeito de todos e também das grandes nações do mundo. Tudo, principalmente em consequência da capacidade contida em cada brasileiro, em cada cidadão dessa nação.
Embora tudo isso seja louvável, não exatamente na proporção ou circunstância  favorável, a nação, o povo, os brasileiros sentem-se lisonjeados, felicíssimos  diante de tal acontecimento extraordinário, tido como uma conquista nacional: a  realização das Olimpíadas no Brasil em 2016.
Tudo seria perfeitamente condizente com o cenário brasileiro exibido na  propaganda, se não fossem as condições deploráveis a que vivem os brasileiros no  submundo da Cidade Maravilhosa (e em outras muitas, ‘não maravilhosas’).  Brasileiros os quais não terão sequer a oportunidade de assistir de longe uma  simples competição, são milhares de favelados, de desfavorecidos, e dizem haverá  muitos empregos com a construção da cidade olímpica.
Quantos atletas brasileiros terão a oportunidade de participar de uma  Olimpíada. E farão certamente todo o possível para competir, prestigiando,  contemplando, embora involuntariamente a capacidade brasileira em satisfazer ao  ego de uma minoria de indivíduos que desprezam a massa, as reais condições e  capacidades do povo, dos cidadãos, homens e mulheres que jamais terão a  oportunidade de ‘competir’, de sonhar, de realizar.
Pois bem, o Brasil é uma grande nação, uma potência ascendente. Seria, se não  fossem os milhares de brasileiros famigerados, extirpados, miseráveis até, não  pela sua índole ou caráter, mas pelas reais condições a que são submetidos por  aquela pequena minoria que mais e mais tem provado não dar importância à causa  social.
Mas, estatísticas demonstram, o Brasil é o país com o maior número de acessos  à internet no mundo. Certamente, o fato é que em países desenvolvidos as  famílias, as escolas e as atividades afins, desempenham papéis fundamentais, na  formação dos indivíduos, dos futuros cidadãos da nação.
Entretanto, bilhões de reais é o custo de um investimento dessa natureza!  Obviamente a educação no Brasil jamais terá o privilegia de ser beneficiada com  tal cifra.
Contudo, a força de vontade e a capacidade particular de cada atleta são  singulares. Embora existam outros fatores, entre tantos tão pouco importantes,  igualmente, é senão as condições de saúde desses brasileiros atletas que  pleiteiam uma vaga numa fila com algumas dezenas de outros atletas para adquirir  um ingresso que lhes deem acesso a apenas ao lado de dentro das dependências do  Pronto Socorro.
Quantos mais terão que ser sacrificados para que a criminalidade, o tráfico,  os sequestros e latrocínios nesse país tenham que ser combatidos. O fato, porém  é que isso não promove, nem privilegia a minoria que também se favorece de tudo  isso, provando outra vez, que o mais importante não é a educação, nem a saúde,  nem tão pouco a segurança dos cidadãos, entre outros fatores, mas a propaganda  de favorecimento daqueles que formam seus representantes. Que propaga a ideia de  que o importante é que os cidadãos se sintam vultosos, mediante uma imagem  ilusória de uma realidade que não existe.
Invés de ilustrar os pontos, ofuscados pelo descaso, melhor seria promover  condições de igualdade aos concidadãos, e se voltar ás causas internas, pois de  que vale uma imagem de caráter ilustrativo se ela não condiz com o real conteúdo  existente.
E quanto às outras regiões, norte, nordeste, enfim, quando é que elas terão a  sua ‘olimpíada’? Talvez na redescoberta desta nação! Algo que talvez nunca  aconteça. Afinal para que mais uma ‘cidade maravilhosa’.
Enfim, o povo está feliz, ou pelo menos contente. Suas condições de  habitação, financeira, crédito e etc., é que não estão à altura desse  empreendimento, mas são apenas alguns milhões de brasileiros. Pois nós temos o  Bolsa Família e agora as Olimpíadas, ou seja, tínhamos o ‘pão’, e finalmente nos  deram o ‘circo’.

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